18 junho 2009

Revolução Energética

Se todos os problemas forem resolvidos e tudo ficar a funcionar bem, esta tecnologia irá revolucionar o mundo em que vivemos... sendo talvez a mais importante deste ou do outro século...


noticia in DN 18/06


http://dn.sapo.pt/inicio/ciencia/interior.aspx?content_id=1265554

Física
Problemas no colosso da energia de fusão

por LUÍS NAVESHoje

O projecto científico internacional de maior ambição (na superfície da Terra) pode ultrapassar o seu financiamento e sofrer atrasos. A construção do reactor de fusão ITER, no Sul de França, está em perigo, pois não foram desenvolvidos alguns dos materiais necessários para suportar as temperaturas. Em teoria, o reactor permitirá produzir energia ilimitada e limpa.

O mais ambicioso projecto científico mundial vai ultrapassar o orçamento e envolve problemas técnicos ainda não resolvidos e que podem ser inultrapassáveis nas próximas décadas. Conhecido por ITER, o projecto de reactor de fusão termonuclear custará pelo menos 11,5 mil milhões de euros, bem acima da factura oficial de 10 mil milhões de euros e da primeira estimativa, com dez anos, de metade deste valor.

O reactor visa replicar a energia do sol, que resulta da fusão de núcleos de átomos de hidrogénio. Nas experiências realizadas em laboratório foi possível imitar este processo, mas as temperaturas necessárias são brutais, da ordem de 150 milhões de graus celsius, o que limita a experiência a poucos minutos e, além disso, exige enormes quantidades de energia.

O ITER é um projecto internacional que começou em 1985, dando origem a um tratado de 2006 que vincula a União Europeia, EUA, Rússia, China, Japão, Índia e Coreia do Sul. O objectivo é construir um reactor de fusão, ainda em fase experimental, que possa servir de modelo para uma futura geração de reactores comerciais. A construção decorre em Cadarache, no Sul de França, e os europeus são responsáveis por 45% do financiamento.

A notícia da escalada de custos foi adiantada no início do mês pela AFP e agora confirmada pela BBC, que cita mails internos a darem conta não apenas do aumento de preço mas de problemas técnicos ligados à dificuldade em dominar a complexa tecnologia. A solução pode passar por uma versão diferente e menos ambiciosa do ITER, algo que os peritos vão discutir no final da semana.

Só em aspectos de engenharia, o ITER é um verdadeiro monstro: o reactor será um colosso de 23 mil toneladas (o peso de uma fragata da marinha) com a altura do Arco do Triunfo, como assinalam os promotores deste projecto.

Os desafios tecnológicos são os mais difíceis. Ainda não estão inventados alguns dos materiais necessários para conter o plasma superaquecido (cuja temperatura permitirá a fusão dos átomos) e os físicos não têm a certeza de que a complexa máquina funcionará como nos modelos.

Para piorar o cenário, as primeiras experiências podem começar só em 2018, mas com uma máquina simplificada. A produção de energia não será possível antes de 2026. Teoricamente, se a Humanidade conseguisse dominar a fusão, prescindiria da energia nuclear e da sua dependência do petróleo, mas a utilização comercial da tecnologia pode não ser viável antes do próximo século.

2 comentários:

Anónimo disse...

Isto é só conversa, para os físicos ganharem bolsas de investigação.Não vai dar em nada.

Tiago Fouto disse...

um bocado minimalista e pessimista essa visão...