20 outubro 2005

Compal

Caros bloguistas!

Depois de tanto tempo de ausência de actvidade neste blog, eis que sinto a necessidade de partilhar convosco um assunto que a todos diz interesse, directa ou indirectamente. E então aqui vai!!

Tenho acompanhado minimamente o caso da possível venda da Compal e não deixo de ficar surpreendido pela facilidade com que se perde uma marca de prestígio e confiança como esta.

Sei também que em Agosto de 2003 auferiu um subsídio de 6,8 milhões de euros e um valor de sete milhões de euros em benefícios fiscais em sede de IRC.

Sendo a Compal uma empresa saudável, que facturou 150 milhões de euros em 2004 e que teve um lucro de 11,2 milhões de euros, a minha pergunta é: O Estado não pode evitar que esta venda se realize? Ou que pelo menos se realize com capitais nacionais?

Do ponto de vista económico esta será, provavelmente, apenas mais uma venda normal no mercado global de aquisições/fusões de mercado, mas tendo esta empresa a posição que tem (líder nos sumos em Portugal), a quantidade de trabalhadores que emprega (imensas famílias em Almeirim), já para não falar dos ditos subsídios que terá recebido em 2003, não deveria haver aqui uma entidade que se preocupasse com estas questões?

É claro que a principal dúvida que eu tenho é porque razão se vende uma empresa que tem números destes...

4 comentários:

Anónimo disse...

Oi Lourenço e todos os bloguistas deste magnifico e superconcorrido blog!! Ainda bem que alguem se lembrou de reactivar o blog, espero que nao fique por aqui.

Quanto ao teu Post, joao tu dizes:
"O Estado não pode evitar que esta venda se realize?" , mas antes dizes "Sei também que em Agosto de 2003 auferiu um subsídio de 6,8 milhões de euros e um valor de sete milhões de euros em benefícios fiscais em sede de IRC"
,ou seja, o que é que achas que o governo esta a fazer ao dar subsidios e borlas de IRC, está a tentar que as empresas fiquem ca e nao sejam deslocadas para outros paises. Nao há nada a fazer... nao há nada que o nosso país tenha de vantagem em relacao aos outros, antes pelo contrario, é a lei do mercado... Como o professor de Economia industrial te ensinou Lucro = Receitas - Despesas e as empresas querem é Lucro!
Um abraço. Tiago "Queluz"

João Lourenço disse...

Obrigado pelo comentário Tiago! Os outros bloguistas devem andar muito atarefados...

Em relação ao assunto em discussão, eu sei que esse tipo de incentivos é dado com o objectivo de fortalecer a empresa em Portugal e tentar minimizar o risco de venda ao estrangeiro. Mas vê o lado perverso da coisa...tu tens uma empresa, ganhas um subsídio e ajudas fiscais de milhões de euros, com esse dinheiro valorizas-te e aumentas e o teu capital e consegues-te vender um ou dois anos mais tarde por mais do que conseguirias até então.

Ou seja, a tua empresa foi vendida por mais do que talvez teria sido sem as ajudas do Estado.

É claro que não podemos ignorar a lei de mercado e se alguém quer comprar a Compal é porque a empresa tem bons números e será ainda muito rentável. Mas e o Estado? Não se deveria precaver dessa situação? Não deveria, por exemplo, agora ter uma palavra a dizer no processo de venda? Ou mesmo até receber uma parte dessa venda para amortizar o dinheiro que investiu na Compal?

Já para não falar que o actual presidente da Compal é o Pires de Lima e que estes subsídios vieram em pelo Governo PSD/PP, mas não queria ir por aí...

Cumprimentos e todos e espero vê-los por aqui mais vezes!

Tiago Fouto disse...

olá a todos!!! o cerne da questão está toda ela em: "á para não falar que o actual presidente da Compal é o Pires de Lima e que estes subsídios vieram em pelo Governo PSD/PP, mas não queria ir por aí...". Queira-se falar disso ou não talvez a resposta esteja ai, embora não conheça o caso suficientemente para afirmar isso.
As intenções ditam tudo... Não existe em Portugal e um também um pouco por todo o mundo a responsabilidade social de empresas.
O chefe apenas pensa no lucro da sua empresa e não no que ela pode ajudar ou não a comunidade onde está inserida. E a verdade é que é legitimo. Quer se goste ou não. Se o estado poderia fazer mais alguma coisa? Provalvelmente apenas isso que sugerias, a de receber compensações pelo investimento. Mas se calhar não está interessada neste caso bem como noutros... Lixado, não é? Não falo neste caso em particular mas um pouco por todos os interesses que há "por ai". João manda um email para alguem do parlamento. Garanto-te que todos os email enviados para qualquer deputado são lidos por alguem. Na semana passada visitei o parlamento. Abraços a todos...

Anónimo disse...

Só mesmo tu para estares à frente do computador na faculdade às 7:00...